I
Se no meio dos festejos de alguma data
tens algo que insiste em pungir
ou em resistir ao frio das horas,
não perca a calma:
Lance um foguete-de-lágrimas,
cuja beleza iguala alegria e dor
como partes naturais de nós,
e celebre todos os meandros
que há entre o viver
e o estar-vivo.
II
Sobem a montanha
descem a montanha
tornam a subir.
Bebem água,
comem algo,
rezam pelo fim.
Se encontram,
riem cálidos
perguntam por ti.
Correm,
afinal choveu
e ao final nascerá.
Eu, parado, admiro
pois sequer desconfiam
do que seja
a própria vida.
E, por Deus,
quem me dera não saber.
III
Poço dos milagres
cuja mera existência
é um milagre-em-si.
IV
Senhor,
o passado
só é místico
por ter passado.
Senhora,
a invenção
é a vida
em arte.
Senhor,
o tempo nos marca
como marcamos
o tempo.
Senhora,
até a sorte
tem algo de
essencial.
Velha terra,
não me devolva nunca
nunca
o meu coração
Bonito isso hein..
ResponderExcluir"o tempo nos marca
ResponderExcluircomo marcamos
o tempo."
Você escreve muito bem, parabéns :)